segunda-feira, setembro 07, 2009

Segurança é tudo




Ao longo dos anos, as pessoas têm dado várias desculpas para não usar o capacete de segurança:
• Ele é muito pesado
• Ele me dá dor de cabeça!
• Ele machuca meu pescoço!
• Ele é muito frio para ser usado!
• Ele é muito quente para ser usado!
• Eu não consigo enxergar quando estou usando-o.
• Não consigo ouvir direito usando-o!

Suponha que alguém acima de você deixe cair uma chave de boca. Levará meio segundo até que esta pessoa perceba que deixou cair a chave e gritar: “Cuidado com a cabeça!”. Levará mais um segundo para você ouvir o grito e reagir a ele (se é que você vai ouvir). Mesmo que você ouça o grito, você só vai saber para que lado deve mover sua cabeça depois de olhar para cima. Isto pode levar mais meio segundo.
Se a tal chave tiver caído de uma altura de 24 metros acima do solo, ela está a um metro da sua cabeça, a uma velocidade de 60 km/h, antes que você possa vê-Ia. Você nunca saberá que tipo de surpresa pode aguardar você acima da sua cabeça, portanto, use seu capacete de segurança

PANDEMIA DE LUCRO

Que interesses econômicos se movem por detrás da gripe porcina???

No mundo, a cada ano morrem milhões de pessoas vitimas da Malária, que
se podia prevenir com um simples mosquiteiro.

Os noticiários, disto nada falam!

No mundo, por ano morrem 2 milhões de crianças com diarréia que se
poderia evitar com um simples soro que custa 25 centavos.

Os noticiários disto nada falam!

Sarampo, pneumonia e enfermidades curáveis com vacinas baratas,
provocam a morte de 10 milhões de pessoas a cada ano.

Os noticiários disto nada falam!

Mas há cerca de 10 anos, quando apareceu a famosa gripe das aves...

...os noticiários mundiais inundaram-se de noticias...

Uma epidemia, a mais perigosa de todas... Uma Pandemia!

Só se falava da terrífica enfermidade das aves.

Não obstante, a gripe das aves apenas causou a morte de 250 pessoas,
em 10 anos... 25 mortos por ano.

A gripe comum, mata por ano meio milhão de pessoas no mundo. Meio
milhão contra 25.

Um momento, um momento. Então, por que se armou tanto escândalo com a
gripe das aves?

Porque atrás desses frangos havia um "galo", um galo de crista grande.

A farmacêutica transnacional Roche com o seu famoso Tamiflu vendeu
milhões de doses aos países asiáticos.

Ainda que o Tamiflu seja de duvidosa eficácia, o governo britânico
comprou 14 milhões de doses para prevenir a sua população.

Com a gripe das aves, a Roche e a Relenza, as duas maiores empresas
farmacêuticas que vendem os antivirais, obtiveram milhões de dólares
de lucro.

- Antes com os frangos e agora com os porcos.

- Sim, agora começou a psicose da gripe porcina. E todos os
noticiários do mundo só falam disso...

- Já não se fala da crise econômica nem dos torturados em Guantánamo...

- Só a gripe porcina, a gripe dos porcos...

- E eu me pergunto-: se atrás dos frangos havia um "galo"... atrás dos
porcos... não haverá um "grande porco"?

A empresa norte-americana Gilead Sciences tem a patente do Tamiflu. O
principal acionista desta empresa é nada menos que um personagem
sinistro, Donald Rumsfeld, secretário da defesa de George Bush,
artífice da guerra contra Iraque...

Os acionistas das farmacêuticas Roche e Relenza estão esfregando as
mãos, estão felizes pelas suas vendas novamente milionárias com o
duvidoso Tamiflu.

A verdadeira pandemia é de lucro, os enormes lucros destes mercenários da saúde.

Não nego as necessárias medidas de precaução que estão a ser tomadas
pelos países.

Mas se a gripe porcina é uma pandemia tão terrível como anunciam os
meios de comunicação.

Se a Organização Mundial de Saúde (conduzida pela chinesa Margaret
Chan) se preocupa tanto com esta enfermidade, por que não a declara
como um problema de saúde pública mundial e autoriza o fabrico de
medicamentos genéricos para combatê-la?

Prescindir das patentes da Roche e Relenza e distribuir medicamentos
genéricos gratuitos a todos os países, especialmente os pobres. Essa
seria a melhor solução.

PASSEM ESTA MENSAGEM POR TODOS OS LADOS, COMO SE TRATASSE DE UMA
VACINA, PARA QUE TODOS CONHEÇAM A REALIDADE DESTA "PANDEMIA".

Pois os meios de comunicação naturalmente divulgam o que interessa aos
patrocinadores, não aos ouvintes e leitores.

Dr. Carlos Alberto Morales Paitán, Peru

ESTABELECIMENTO DE NEXO CAUSAL E NEXO TÉCNICO EM DOENÇAS PROFISSIONAIS E DO TRABALHO

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL ,

DIRETORIA COLEGIADA; - RESOLUÇÃO N º DC 10, DE 23/12/1999


ASSUNTO: Aprova os protocolos Médicos, com alterações realizadas pela Coordenação Geral de benefícios por Incapacidade da Diretoria de benefícios e dá outras providências.



Fundamentação Legal: Lei 8213, de 24/07/91, e Decreto n º 048 de 06/05/99



Nexo Técnico


É a confirmação, por parte da perícia médica da existência ou não do risco na empresa, referendada na CAT e responsabilizada pelo dano apresentado pelo trabalhador:- relaciona o diagnóstico com o risco no trabalho. Refere-se ao aspecto espacial e temporal da exposição, isto é, onde e quando ocorreu a possível exposição.


Nexo técnico caracterizado (com ou sem vistoria técnica ao posto de trabalho)

+ incapacidade laborativa = benefício acidentário.


O acidente de trabalho e/ou doenças ocupacionais (doenças profissionais ou do trabalho) têm 2 nexos previdenciários: o administrativo realizado pelo Setor de Benefício do INSS e nexo técnico realizado pela Perícia Médica do INSS.


Conceito de incapacidade laborativa


É a impossibilidade de desempenho das funções específicas de uma atividade (ou ocupação), em conseqüência de alterações morfopsicofisiológicas provocadas por doença ou acidente. O risco de vida, para si ou para terceiros, ou de agravamento que a permanência na atividade posssa acarretar, está incluído no conceito de incapacidade, desde que palpável ou indiscutível.





É imprescindível considerar:





¨ Diagnóstico da doença;

¨ Tipo de atividade ou profissão e suas exigências;

¨ Dispositivos legais pertinentes;

¨ Viabilidade de reabilitação profissional.


Procedimentos médico-periciais, para o "reconhecimento técnico do nexo causal entre a doença e o trabalho" (Art. 337- Decreto 3048/99)


Elementos para o reconhecimento técnico do nexo causal pela Perícia Médica:


¨ A história clínica e ocupacional decisiva em qualquer diagnóstico e/ou investigação de nexo causal;

· Estudo do local de trabalho;

· Estudo da organização do trabalho;

¨ Os dados epidemiológicos;

¨ A ocorrência de quadro clínico incapacitante em trabalhador exposto a condições agressivas;

¨ A identificação de riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos, ergonômicos e outros.



Não são considerados como acidentes do trabalho:


a) A doença degenerativa

b) A inerente a grupo etário

c) A que não produz incapacidade laborativa

d) A doença endêmica



Procedimentos médicos para o estabelecimento do nexo causal:



1. Natureza da exposição: o "agente patogênico" é claramente identificável pela história ocupacional e/ou pelas informações colhidas no local de trabalho e/ou de fontes idôneas familiarizadas com o ambiente ou local de trabalho do segurado?

2. " Especificidade" da relação causal e "força" da associação causal: o "agente patogênico" ou o "fator de risco" pode estar pesando de forma importante entre os fatores causais da doença?

3. Tipo de relação causal com o trabalho:

O trabalho é a causa necessária (Tipo I)?

Fator de risco contributivo de doença de etiologia multicausal (Tipo II)?

Fator desencadeante ou agravante de doença pré- existente (Tipo III)?

4. No caso de doenças relacionadas com o trabalho, do tipo II, foram as causas gerais, não ocupacionais, devidamente analisadas e, no caso concreto, excluídas, ou colocadas em hierarquia inferior às causas de natureza ocupacional?

5. Grau ou intensidade da exposição: é ele compatível com a produção da doença?

6. Tempo de exposição: é ele suficiente para que a doença se desenvolva e apareça?

7. Tempo de latência: é ele suficiente para que a doença se desenvolva e apareça?

8. Há o registro do "estado anterior" do trabalhador segurado?

9. O conhecimento do "estado anterior" favorece o estabelecimento do nexo causal entre o "estado atual" e o trabalho?

10. Existem outras evidências epidemiológicas que reforçam a hipótese de relação causal entre a doença e o trabalho presente ou pregresso do segurado?



A resposta positiva à maioria destas questões irá conduzir o raciocínio na direção do reconhecimento técnico da relação causal entre a doença e o trabalho:(correlaciona a clínica com a etiologia /diagnóstico).



CAT: é o instrumento que serve de guia para a caracterização do nexo técnico, pois a relação deverá ser positiva entre o dano, o risco e a empresa referendada, como geradora do risco.



Alguns exemplos de doenças ocupacionais mais comuns no nosso meio:





BENZENISMO



Intoxicação Ocupacional pelo Benzeno (Benzenismo) - interpretação para fins de benefício por incapacidade laborativa.


Lembramos que os benefícios por incapacidade são concedidos somente quando a doença relacionada ao trabalho acarreta real incapacidade laborativa, ou redução da capacidade laborativa do segurado em relação à sua atividade profissional habitual, ou seja, não basta o diagnóstico de uma doença. É matéria do Seguro Social (INSS) a repercussão da doença na capacidade laborativa (de auferir rendimentos por parte do segurado); enquanto que a repercussão das condições do trabalho na saúde do trabalhador é matéria pertinente à Segurança e Saúde no Trabalho (Ministério do Trabalho) e SUS (Ministério da Saúde).



São funções básicas da perícia médica tanto a avaliação da incapacidade laborativa decorrente da doença de base, quanto a caracterização do nexo técnico para fins de concessão de benefícios por incapacidade. O diagnóstico da doença de base, tratamento e a prevenção cabem a outras entidades e serviços.



Nas várias doenças ocupacionais, o perito deve sempre ter em mente riscos ambientais de trabalho, insuficiência das ações preventivas nas empresas e, ocasionalmente, inadequação dos cuidados com a saúde e dos sistemas de diagnósticos.



Objetivos e Fundamentos


Para o profissional que se propõe a realizar o diagnóstico etiológico do benzenismo, assume importância capital considerar a intensidade e a qualidade do agente, bem como o modo de exposição e os critérios estabelecidos nesta atualização. Exposição não significa apenas o simples contato com o agente e o hospedeiro. Em saúde ocupacional, para que haja exposição, o contato deve acontecer de modo, tempo e intensidade suficientes, sem proteção adequada. Este fato deve ser constatado, in loco, por quem vai estabelecer o nexo causal, portanto o diagnóstico da doença ocupacional.



PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS E PERICIAIS


Emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT



Todos os casos com diagnóstico firmado de benzenismo devem ser objeto de emissão de CAT pelo empregador encaminhamento ao INSS, com o devido preenchimento do Laudo do Exame Médico (LEM) ou relatório médico equivalente pelo médico do trabalho da empresa, médico assistente (Serviço de Saúde Público ou Privado) ou médico responsável pelo PCMSO, com descrição da atividade e posto de trabalho para fundamentar o nexo causal e técnico.



Recebendo a CAT, o Setor de Benefícios do INSS fará o registro e a caracterização do nexo administrativo, devendo exigir o completo preenchimento de todos os campos da CAT/LEM, sem prejuízo da conclusão posterior da Perícia Médica.



O nexo técnico só será estabelecido caso a previsão de afastamento, no Laudo do Exame Médico, for maior que 15 dias (E-91), o Setor de Benefícios do INSS encaminhará o segurado ao Setor de Perícias Médicas para realização de exame pericial, a partir do 16º dia de afastamento, caso contrário, haverá apenas registro (E-90: sem afastamento do trabalho ou E-99: com afastamento do trabalho até 15 dias).



Nota: Os casos de simples registro de benzenismo, sem benefício de auxílio-doença (E91), não implicará anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social ou Carteira Profissional do segurado.



Conduta Pericial


O exame pericial é uma etapa fundamental no processo de concessão de benefícios por incapacidade e da avaliação das seqüelas que podem decorrer do benzenismo.

O perito deve desempenhar suas atividades com ética, competência, boa técnica e respeito aos dispositivos legais e administrativos, concedendo o que for de direito e negando toda pretensão injusta e/ou descabida.(* obser. Ler:- concedendo = considerando e negando = desconsiderando; toda pretensão não fundamentada nos dispositivos técnicos legais)

Deve-se atentar que a investigação diagnóstica nos casos de alterações hematológicas precede a emissão da CAT/LEM, e que esta será conseqüência do diagnóstico firmado de Benzenismo que se manifesta, por exemplo, como displasia medular e sua possível expressão periférica (diagnóstico da patologia de base) devido à exposição crônica ao Benzeno (caracterizando Benzenismo), estabelecendo-se aí o nexo causal entre a lesão e o agente - Benzeno. E para fins de benefícios previdenciários por incapacidade, a Perícia Médica deve estabelecer um segundo nexo de causa e efeito entre a doença (Benzenismo) e o trabalho, denominado nexo técnico, isto é, se a fonte de Benzeno é do trabalho do segurado, atual ou pregressa.



Avaliação da incapacidade laborativa


De posse das informações e do exame clínico realizado, o perito tem condições, na maioria dos casos, de analisar a capacidade laborativa do segurado e decidir sobre a caracterização do nexo técnico. A intoxicação aguda é sempre acompanhada de sintomatologia clínica. O principal aspecto da avaliação da incapacidade na intoxicação ocupacional pelo benzeno é a análise das manifestações clínicas, caracterizadas por sintomas gerais, neurológicos, digestivos, cardiovasculares e imunitários, e as repercussões destas manifestações na capacidade laborativa do segurado e estando, portanto, estreitamente relacionado ao tipo de trabalho executado pelo examinado.

Do exposto, observamos que não basta o diagnóstico de benzenismo, sendo necessário que as manifestações clínicas da doença imponham um segundo diagnóstico que caracterize a incapacidade laborativa (por exemplo, superveniência de uma manifestação incapacitante, como doenças infecciosas/repercussão hemodinâmica/manifestações neurológicas etc., em decorrência das repercussões periféricas da displasia medular determinada pelo benzenismo).



Estabelecimento do nexo técnico


O diagnóstico de benzenismo é estabelecido quando há uma relação de causa e efeito nítida, isto é, nexo causal entre lesão e exposição ao agente, podendo se localizar com certeza a fonte de exposição na história ocupacional do trabalhador.

Definida a existência da incapacidade e do nexo causal, impõe-se a necessidade de se estabelecer o nexo técnico. Em relação ao nexo técnico, lembramos que o mesmo refere-se à existência do agente (Benzeno) no ambiente de trabalho do segurado, portanto há necessidade, preliminarmente, que haja manipulação, armazenamento ou produção do agente no ciclo produtivo da empresa, e a atividade desenvolvida pelo periciando tenha correlação com estes ambientes, estabelecendo-se o nexo técnico. Assim, a perícia médica necessitará analisar o posto de trabalho do segurado, o que poderá ser feito com base nas informações da própria empresa, através de seus serviços especializados, incluindo aí o disposto nas NR-7, NR-9 e NR-15. Quando os elementos fornecidos pela empresa forem insuficientes para uma correta correlação, justifica-se a vistoria do local de trabalho.

Na ausência do cumprimento das normas de segurança e higiene do trabalho, este fato deverá ser comunicado à DRT, para as providências cabíveis.



NOTIFICAÇÃO DOS CASOS PARA FINS DE FISCALIZAÇÃO


A perícia médica enviará mensalmente à DRT, para fins de prevenção e fiscalização, relação dos segurados com diagnóstico de benzenismo concluído (casos iniciais e recidivas) com as respectivas empresas e funções.



DAS AÇÕES REGRESSIVAS


Quando da ocorrência de reabertura do benefício devido à constatação de não cumprimento das recomendações por ocasião da cessação do benefício ou re-exposição do segurado pela persistência dos riscos, ou constatado um posto de trabalho conduzindo a reiterados casos de benzenismo, a Procuradoria do INSS será informada por meio de relatório circunstanciado sobre a ocorrência para que se adote as providências legais cabíveis.



DORT



Avaliação da Incapacidade


A avaliação da incapacidade laborativa levará em conta cada caso em particular, dependendo das queixas clínicas, dos achados do exame físico e do diagnóstico firmado em relação à atividade exercida pelo segurado. Deve-se sempre confrontar o quadro clínico frente à postura e aos gestos envolvidos na atividade de trabalho (maneira como o trabalho é executado).



A incapacidade laborativa é reconhecida pela associação dos sintomas clínicos (dor em repouso, dor à movimentação) e dos achados de exame físico (dor à movimentação ativa e passiva, crepitação, hipotrofia/atrofia muscular e perda de força muscular) que resultem em impotência funcional, correlacionada com a sua atividade laborativa.

A queixa de dor deve, sempre, ser correlacionada com os achados do exame físico. Ressaltamos que o exame pericial e sua conclusão baseiam-se, essencialmente, na relação entre o quadro clínico e a efetiva repercussão na capacidade de trabalho de seu portador, considerando-se a sua atividade/função e as manifestações clínicas. A incapacidade para o trabalho deve ser verificada quanto ao tipo de atividade exercida e à sintomatologia presente, bem como a sua evolução temporal, que na maioria das vezes não guarda relação com alterações de exames complementares. O nexo deve ser analisado à luz do envolvimento do examinado e seu trabalho, que deve ser muito bem esclarecido pelo perito.



Caracterização Pericial do Nexo Técnico com o Trabalho


O nexo técnico deve ser entendido como o vínculo entre a afecção de unidades motoras e a existência de fatores ergonômicos de risco para desenvolvimento de DORT.

O nexo causal correlaciona a clínica com a etiologia, enquanto o nexo técnico relaciona o diagnóstico com o trabalho.

Apenas o cotejamento das características clínicas do caso (notadamente anátomo- funcionais) com as condições específicas de trabalho (gestos, posições, movimentos, esforços, tensões, ritmo, carga de trabalho etc.) permitem afirmar ou excluir o vínculo com o seu trabalho. A incidência da lesão em outros trabalhadores que executam atividades semelhantes (critério epidemiológico) pode direcionar, mas não estabelece o vínculo técnico.

A caracterização pericial do nexo técnico não depende dos resultados laboratoriais, mas apenas da correlação entre a afecção e a execução do seu trabalho.

Sendo evidente a presença de fatores ergonômicos de risco em relação às estruturas comprometidas, é clara a ação do trabalho como fator desencadeante/agravante do quadro. A constatação de afecção subjacente (reumática, traumática, endócrino-metabólica), por si, não descaracteriza o nexo com o trabalho que pode ser fator agravante sobre uma condição preexistente.

O nexo entre o trabalho e o comprometimento das estruturas dos membros superiores e pescoço pode ter elementos facilmente compreensíveis, como os esquematizados por Wells (1995) no quadro seguinte, mas, com certeza, envolvem muitos outros fatores, em grande parte desconhecidos.

Os fatores presentes no trabalho reconhecidos como certamente relacionados a manifestações osteomusculares são: a configuração ergonômica do posto de trabalho e seus elementos, as forças exercidas, as posturas adotadas e a freqüência e a variação no tempo das forças e posturas consideradas para cada diagnóstico específico. A importância relativa de cada um destes fatores varia de caso para caso, mas os fatores ditos psicossociais, entendidos como a percepção que o trabalhador tem dos aspectos da organização do trabalho e que podem resultar em fadiga pelo acúmulo de tensão psíquica, estão presentes provavelmente em grande número dos casos de DORT.

Em casos de nexo duvidoso, sendo a atividade reconhecida, epidemiologicamente, ou não, como causadora de DORT, será necessário estudo mais acurado para caracterização ou não do nexo técnico, inclusive com a realização da vistoria do posto de trabalho com elaboração do respectivo laudo técnico.


PERDA AUDITIVA NEUROSSENSORIAL - PAIR

Conduta Pericial


O exame pericial é uma etapa fundamental no processo de concessão de benefícios por incapacidade e em especial das seqüelas que envolvem a perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora, e merece atenção especial em face da confusão conceitual no passado entre perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora e os traumas acústico e crânio-encefálico e outros acidentes típicos.

Como nem toda perda auditiva é do tipo neurossensorial, e nem toda disacusia neurossensorial é causada por nível de pressão sonora elevado originário do trabalho do indivíduo, é importantíssimo que o perito tenha certeza da relação entre a condição auditiva e a sua origem. Deve-se atentar que a lesão neurossensorial somente será considerada perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora se houver caracterização do nexo causal entre a lesão e o nível de pressão sonora elevado; e para fins de benefício por incapacidade se a fonte de nível de pressão sonora elevado é do ambiente de trabalho atual ou passado do segurado, caracterizando assim o nexo técnico. Por isso é fundamental que o processo pericial se inicie pela verificação atenta da CAT. Aqui, várias informações de interesse pericial devem ser analisadas, principalmente quanto ao relato de exposição em nível de pressão sonora elevado. Deve-se enfatizar que o diagnóstico da perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora Ocupacional deve ser feito, preferencialmente, pelo médico do trabalho e bem fundamentado no LEM.



Etapas de avaliação:

1) identificar e caracterizar o quadro clínico do segurado;

2) avaliar a incapacidade;

3) correlacioná-las ao trabalho (nexo técnico).



Análise da CAT/LEM


A CAT/LEM é o elemento que trará, para o médico perito, informações do médico do trabalho acerca das condições clínicas do examinado, bem como os motivos pelo qual o médico, do trabalho ou outro, diagnostica perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora Ocupacional e a necessidade do afastamento do trabalho. A CAT/LEM deve conter elementos que não deixem dúvidas acerca do diagnóstico de perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora Ocupacional. Poderão/deverão ser solicitadas ao médico responsável da empresa ou ao médico assistente informações adicionais como:

· Exposição em nível de pressão sonora elevada (atual e pregressa)

· Exposição a substâncias químicas

· Exposição a vibrações

· Informações de exames pré-admissionais/periódicos/demissionais

· Uso de EPI / Proteção Coletiva - Existência e conteúdo de PCA (Programa de Conservação Auditiva)

· Descrição detalhada da função exercida.

· Exame otológico.

· Audiometria



Exame médico- pericial


O papel do perito ao analisar um caso de perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora ocupacional é o de verificar se há ou não incapacidade laborativa, bem como caracterizar ou não o nexo técnico ( nexo de causa e efeito entre a doença e o trabalho). Para estabelecimento do nexo e verificação da capacidade laborativa, o perito deverá analisar o caso a partir das informações da CAT/LEM acerca do diagnóstico feito pelo médico, do trabalho ou responsável, quanto à perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora Ocupacional, tendo em mente a importância de:

- Análise dos antecedentes:

- Uso de medicações (especialmente as ototóxicas)

- História familiar de déficit auditivo

- Exposição extra-laborativa a nível de pressão sonora elevado

- Doenças prévias (especialmente as infecciosas e traumatismos cranianos)

- Condições patológicas atuais associadas.



Avaliação clínica:



¨ Descrição qualitativa da perda auditiva;

¨ Presença de sintomas associados (zumbidos, tonturas) e outras manifestações otológicas (secreções, etc);

¨ Dificuldade na inteligibilidade da fala;

¨ Outras queixas, especialmente àquelas relacionadas com sintomas extra-auditivos da disacusia neurossensorial.



Exame específico (resultado de audiometria)



De uma forma geral, as informações contidas na CAT/LEM e o exame clínico podem ser resumidas como abaixo:

A história ocupacional, caracterizando o trabalho atual, as ocupações anteriores, o tempo total de exposição a nível de pressão sonora elevado e o tipo de nível de pressão sonora elevado dão uma boa noção ao perito se a condição auditiva do examinado tem real relação com o trabalho. Deve-se ter em mente que a disacusia neurossensorial é cumulativa e progressiva quando não controlada, o que reforça a necessidade em se esgotar a possibilidade de exposição em nível de pressão sonora elevado em épocas anteriores para caracterizar o nexo técnico.

A correta análise dos antecedentes permite descartar patologias que fazem diagnóstico diferencial com perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora Ocupacional e que podem gerar queixas e audiometrias com traçados muito semelhantes, incluindo perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora de origem não ocupacional.

A avaliação clínica do caso, no seu estágio atual, permite ao perito entender a sintomatologia e sua repercussão frente à sua atividade habitual no trabalho. A documentação clara e concisa de todos os sinais e sintomas permitem, na maioria das vezes, decidir sobre a capacidade laboral.

O exame específico (audiológico) é obrigatório em todos os casos com diagnóstico de perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora Ocupacional e deve ser realizado por profissionais experientes. O exame otológico deve sempre preceder a audiometria. O exame audiométrico deve ser realizado conforme padrões legalmente preconizados. Deve-se sempre ter em mente que a audiometria de perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora tem um perfil típico, apresentando perda (representada por uma inflexão gráfica), primeira e predominantemente, nas frequências de 3.000 Hz e/ou 4.000 Hz e/ou 6.000 Hz, não ultrapassando geralmente a 75 dB(A), além de ser quase sempre e bilateral (abaixo um audiograma modelo).



Avaliação da incapacidade


De posse destas informações, o perito tem condições, na grande maioria dos casos, de analisar as condições laborativas e decidir sobre a caracterização do nexo técnico do caso. Nas ocasiões em que restarem dúvidas, impõe-se a vistoria ao local de trabalho do examinado, pelo perito, para completar as análises.

O teste vocal demonstra, com mais exatidão que os teste tonais, o valor social da audição, por permitir avaliar a capacidade auditiva que constitui o aspecto essencial da comunicação, das relações verbais das pessoas, da sua integração na vida intelectual e social. Raramente esta, por si só, leva a incapacidade para o trabalho, estando estreitamente relacionado ao tipo de trabalho executado pelo examinado. Evidentemente a incapacidade fica reconhecida, também, quando existem sintomas associados a perda auditiva como zumbidos, distúrbios do equilíbrio, distúrbios de comportamento, recrutamento e alterações somáticas e viscerais. Dependendo da intensidade destes sintomas, pode haver até mesmo a indicação de aposentadoria por invalidez, se não for possível a reabilitação do segurado. Deve se enfatizar que a diminuição da capacidade auditiva, isoladamente, não define a incapacidade laboral, salvo situações em que, na atividade laborativa, a função do segurado, requeira a perfeita acuidade auditiva.



Em relação ao nexo, podemos exemplificar as conclusões da seguinte forma:

a) Não há nexo técnico:

Não há nexo técnico quando: embora o quadro apresentado seja de perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora, a história ocupacional não for compatível com a exposição laboral em nível de pressão sonora elevado em tempo e quantidade suficientes; ou quando a propedêutica revelar que existem elementos que demonstrem que a perda auditiva está relacionada a outras causas e não à exposição em nível de pressão sonora elevada relacionada ao trabalho do segurado (atual ou pregresso). No entanto, pode o examinado estar incapacitado para o trabalho e fazer jus a um benefício não-acidentário.



b) Há nexo técnico:

Há nexo técnico se a história ocupacional, os antecedentes e o exame específico revelarem indubitavelmente a relação entre a perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora e a exposição em nível de pressão sonora elevado em tempo e dose suficiente no trabalho do segurado.

É importante notar que o exame pericial e sua conclusão não se fundamentam em tabelas, como outrora acontecia. A conclusão deve sempre se basear na relação entre a lesão e a efetiva repercussão na capacidade de trabalho de seu portador, considerando-se a sua atividade/função habitual. A incapacidade para o trabalho deve ser verificada quanto ao tipo de atividade exercida e a sintomatologia presente, bem como a evolução temporal da sintomatologia que na maioria das vezes não guarda relação com o grau de perda auditiva. O nexo deve ser analisado à luz do envolvimento do examinado e seu trabalho, que deve ser muito bem esclarecido pelo perito.





PNEUMOCONIOSES



Estabelecimento do nexo técnico


As pneumoconioses são um grupo de doenças em que há uma relação de causa e efeito nítida, isto é, nexo causal entre lesão e exposição ao agente.

Em alguns casos de doenças relacionadas ao asbesto, não se consegue definir ou localizar com certeza a fonte de exposição na história ocupacional do trabalhador. É importante salientar que estes casos são poucos e, dentre eles, é exceção que a asbestose seja de origem não-ocupacional.

Como as pneumoconioses são, geralmente, de longo período de latência, não é raro que a empresa que emitiu a CAT não seja a fonte de exposição geradora da doença.



Definida a existência da incapacidade e do nexo causal, impõe-se, portanto, a necessidade de estabelecer o nexo técnico. Em relação ao nexo técnico lembramos que o mesmo refere-se à existência do agente (poeira inorgânica ou orgânica) no ambiente de trabalho do segurado, portanto presente no ciclo produtivo da empresa. Assim, a perícia médica necessitará investigar o posto de trabalho do segurado, o que poderá ser feito com base nas informações da própria empresa, através de seus serviços especializados, incluindo aí o disposto nas NR-7, NR-9 e NR-15.

Quando os elementos fornecidos pela empresa forem insuficientes para uma correta correlação, justifica-se a vistoria do local de trabalho.

Constatando-se através de um desses mecanismos a existência de riscos específicos, estará estabelecido o nexo técnico.

Na ausência do cumprimento das normas de segurança e higiene do trabalho, este fato deverá ser comunicado à DRT para as providências cabíveis.



O indeferimento do benefício pela perícia médica poderá ocorrer:

a) por inexistência de incapacidade laborativa;

b) por inexistência de nexo técnico.



Bibliografia:


CLT

Geraldo de Oliveira, Sebastião. Proteção Jurídica à Saúde do Trabalhador-.

INSS, Normas Técnicas para Avaliação da Incapacidade- OS/ INSS/ DSS 606- 607- 608- 609.

Ivone Vieira, Sebastião. Medicina Básica do Trabalho.

INSS, Diretoria Colegiada- Resolução N º DC 10, de 23/12/1999.

Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP)

O NTEP é o mecanismo que relaciona determinada doença às atividades na qual a moléstia ocorre com maior incidência, resultado do cruzamento do diagnóstico médico enquadrado como agravo à saúde descrito na CID com sua incidência estatística dentro da CNAE.

O nexo foi construído a partir da observação da incidência de agravos à saúde por atividade econômica e passou a ter um caráter setorial, embora importantes entidades como a Associação Brasileira de Medicina do Trabalho (ABMT), a Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança (SOBES) e o Conselho Federal de Estatística (CONFE) apontem graves inconsistências técnicas na metodologia adotada pelo MPS.

Com a nova metodologia, a concessão do beneficio acidentário pelo INSS, quer por acidente de trabalho, quer por doença ocupacional, poderá se dar mesmo que a empresa não emita a CAT, gerando para o trabalhador o direito ao recolhimento do FGTS no período de afastamento e a estabilidade de 12 meses, caso o afastamento seja superior a 15 dias.

A concessão de benefícios acidentários por presunção epidemiológica (NTEP) está ocorrendo desde 04/2007. A evolução do auxílio doença por acidente do trabalho indica um forte crescimento, de acordo com o Anuário Estatístico da Previdência Social 2007, do ministro da Previdência Social, José Pimentel. Em 2007, o INSS registrou 653 mil acidentes de trabalho, número 27,5% maior que em 2006.

Ainda segundo o Anuário supracitado, do total dos benefícios concedidos por período superior a 15 dias, os acidentes ou doenças do trabalho que mais provocaram os afastamentos em 2007 foram o acidente típico (51,5%), LER/Dort (34,7%), transtornos mentais e comportamentais (2,8%), doenças do sistema nervoso (2,7%) e doenças do aparelho circulatório (0,9%).

As empresas devem se precaver realizando o acompanhamento mensal da caracterização do NTEP pela perícia médica previdenciária e atentar para as seguintes considerações:

- O prazo para recurso encerra 15 dias após a data da entrega da Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP). Isto significa que benefícios acidentários concedidos em um mês, têm prazo para recurso até o dia 22 do mês seguinte, desde que a GFIP tenha sido entregue como habitualmente no dia 07;

- O trabalhador, afastado por mais de quinze dias por acidente de trabalho, terá estabilidade temporária mínima de 12 meses após o retorno à atividade, de acordo com a Lei 8.213, art. 118;

- Nesse sentido, poderá haver aumento do custo de produção pelo pagamento do FGTS do trabalhador afastado, em razão da descaracterização pelo perito da Previdência Social de doença comum para doença ocupacional, ficando a empresa obrigada ao recolhimento do FGTS no período de afastamento do trabalhador;

- Possibilidade de instauração de ações trabalhistas indenizatórias movidas pelos trabalhadores para reparação por danos patrimoniais, morais e estéticos;

- O conceito legal de acidente do trabalho, previsto no art. 19 da Lei 8213/91, pode gerar conseqüências previdenciárias, civis, trabalhistas e criminais;

- As empresas poderão sofrer ações regressivas pelo INSS, conforme Resolução CNPS 1.291/2007, que recomenda ao INSS que amplie as proposituras de ações regressivas contra os empregadores considerados responsáveis por acidentes do trabalho;

Como exemplo, a empresa que tiver um FAP de 0,5, multiplicado pela alíquota básica do Seguro Acidente do Trabalho (por exemplo, 3,0% sobre a folha de pagamento) obterá uma redução de 50% em sua contribuição previdenciária (passaria a contribuir com apenas 1,5%, no mesmo exemplo). Já a empresa que obter um FAP de 2,0, multiplicado pela alíquota básica de contribuição, terá um acréscimo de 100% (passaria a contribuir com 6,0%, no mesmo exemplo).

Pode-se verificar a listagem das doenças relacionada aos CNAES para cada tipo de atividade no Anexo B do Decreto nº 6.042, de 12.02.07.

Cabe mencionar que esta listagem é bastante abrangente, considerando as atividades das empresas de mineração, onde estão descritas dentre outras doenças, dorsopatias (lordose, escoliose, transtorno de discos cervicais etc.), traumatismos de joelho e perna, seqüelas de traumatismos, de intoxicações e de outras conseqüências de causas externas. As empresas também devem estar cientes da inclusão de doenças de maior dificuldade de justificar a inexistência de nexo causal, tais como transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de substância psicoativa (fumo, álcool, alucinógenos etc), esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e transtornos delirantes, transtornos do humor (afetivos) e outras.

"CHEFE CHATO": fator de risco!

Ninguém mais duvida de que a falta de equilíbrio dos aspectos emocionais pode levar às doenças ocupacionais e acidentes.
A vida nos dias de hoje por si só já é deveras estressante.
Empresas exemplares em prevenção de acidentes com tudo ergonomicamente lindo ainda assim podem oferecer riscos aos trabalhadores.

Muitas empresas, mesmo as mais desenvolvidas culturalmente, ainda não se deram conta que algumas pessoas no comando são verdadeiros “riscos ambientais”.

Imagine ter um indivíduo buzinando, gritando na sua orelha o dia inteiro. Não há posto de trabalho ergonomicamente perfeito que dê conta e muito menos funcionário que agüente.
São os famosos Chefes Intolerantes que se tornam intoleráveis.
Na maioria das organizações as pessoas recebem o cargo de chefia, por tempo de serviço, mas pouquíssimas empresas se preocupam em saber se esta pessoa quer ser chefe e menos ainda se seu perfil psíquico se enquadra na função.

Daí resultam os chefes que estão no cargo “na marra”, que sofrem e fazem sofrer, que não se sentem (ou não são mesmo) competentes para tal e comandam na base do famoso “chicotinho”.
Centralizam tudo, não sabem o significado de delegar e se sabem, têm medo de que sua verdadeira incompetência em liderança se torne visível.

Acabam transformando sua vida e a de seus subordinados num verdadeiro inferno.
Para tentar conter tal ocorrência as empresas investem (e muito !) nos famosos Cursos de Liderança.

Um curso pode aprimorar, lapidar conceitos, mas não consegue formar um líder. Um líder não se faz ele “nasce” líder, ou seja, todo líder é nato.

O verdadeiro líder, com a devida competência técnica, sempre pede, não precisa mandar, delega porque sabe que se alguém for tão bom quanto ele, suas chances de galgar melhores posições no organograma da empresa crescem e ele quer crescer.

Se o líder não estiver presente, tudo corre às mil maravilhas. Agora quando o “chefe” não está, nada sai.

Me divirto quando estou nas empresas e descrevo para quem está me acompanhando o perfil do chefe do setor (mesmo sem ter prévio contato), diante dos olhares incrédulos digo: Não, não sou bruxa não ! Os funcionários “dizem” tudo, sem precisar proferir uma única palavra.
É fácil perceber se no comando está um líder ou um chefe. Onde há líderes, os funcionários apresentam um semblante tranqüilo, conversam entre si, o sorriso é mais fácil, assumem uma postura mais ereta, se percebe o corpo mais relaxado, natural. Quando discutem os problemas com o líder o fazem de igual para igual, olhos nos olhos, sem medo.

Quando se tem o “chefe” os semblantes são tensos, os funcionários não conversam entre si, andam encurvados, tensos, evitam ao máximo o diálogo com o chefe, se o fazem não encaram, estão sempre em posição de fuga (pé virado em direção à saída).

Antes de “entregar” a responsabilidade de comando a qualquer indivíduo é preciso se analisar se ele quer e se está preparado emocionalmente para tal.

Quando um indivíduo ingressa na empresa uma série de testes são aplicados para verificar se ele se enquadra no contexto da empresa.

Porém, dificilmente se vê este tipo de precaução quando se cogita a ascensão de um funcionário.

Falta também se questionar os “futuros comandados” sobre o assunto, o convívio é um grande termômetro.
A competência técnica é importante mas, primordial é a qualidade de saber lidar com seres humanos.

Não há extintor de incêndio no mundo que salve o homem do “fogo interno” aquele que queima e consome “por dentro”.
Harmonia é a palavra chave do ambiente saudável e produtivo.
Mais um item a ser analisado na nossa contínua busca da prevenção plena.

e-mail: ergonomia@sylviavolpi.com.br
site: www.sylviavolpi.com.br

SISTEMA DE GESTÃO

A implantação de um Sistema de Gestão – seja ele da Qualidade. do Meio Ambiente. De Segurança e Medicina do Trabalho – ou integrado – tem em comum a possibilidade de permitir aos gestores a identificação de oportunidades de melhorias nas atividades – isso de forma organizada, consistente e continua. Além disso permite uma evolução estável e sustentável visto que muitos assunto deixam o plano da informalidade e passam a ser cumpridos de maneira formal.

Os Sistemas de Gestão via de regra – até pela similaridade das normas mais usados – tem bases bastante parecidas. Na verdade o que interessa é o conceito – que por mais obvio que pareça para as cabeças mais organizadas – não é tão obvio para todos. A primeira parte de todo este processo diz respeito a CONHECER A PROPRIA REALIDADE. Este “reconhecimento” – que pode ter no meio técnico muitos nomes bonitos e as vezes complexos – deve ser seguido de um plano de ação para a adequação e é claro a definição de uma estrutura para sua consecução. Seguindo adiante devem ser definidos meios para controle e avaliação do que foi proposto e também meios para avaliação do que foi definido – visando assim a melhoria continua.

Distante de toda complexidade que se tentar dar ao assunto e tratando-a com a simplicidade que merece que a esta sejam agregados mais conhecimentos – em resumo a questão passa por 3 questões. A primeiras delas é EM QUE SITUAÇÃO ESTAMOS – e aqui encontram-se diversas informações e utiliza-se o conhecimento do especialista que saberá quais as fontes devem ser consultadas e quais os dados disponíveis podem ser úteis para permitir um panorama mais ampla e realista da situação.

A segunda questão é QUAL A SITUAÇÃO QUEREMOS E/OU NECESSITAMOS TER, interessante porque sendo a área de Segurança e Medicina do Trabalho bastante regulamentada é importante não apenas pensar em modelos ideais mas entender que tais modelos precisam conduzir ao cumprimento da legislação – vale aqui uma observação – visto que muitos dos Sistemas implantados deixam de lado esta necessidade. A formalização desta segunda fase tem inicio por uma Política bem definida e escrita – compatível com o porte da empresa e assimilável por seus empregados. Aqui também cabem os objetivos, as metas – embora com certeza a ordem em que serão encontrados ou definidos dependa muito da forma que o trabalho vem sendo organizado e desenvolvido – com isso quero dizer que embora muitos digam que é preciso ser feito aqui – talvez a prática do seu trabalho indique que não e que seja mais proveitoso desenvolver um pouco mais o Sistema – sem formaliza-lo – para depois “escrever” objetivos e metas mais consistentes.

Esta segunda questão merece atenção detalhada – repito – especialmente no sentido de direção da interpretação da realidade e definição dos meios para torna-la diferente ou formaliza-la em alguns casos. Neste ponto apenas a visão prevencionista pode trazer sérios problemas e gerar grandes exageros contribuindo para o insucesso do Sistema.

Concluindo o raciocínio chegamos então ao COMO MUDAREMOS A SITUAÇÃO E CHEGAREMOS A NOVA REALIDADE. Interessante que nesta questão estão embutidas situações práticas bastante conhecidas de nossa gente prevencionista e as vezes creio que se os termos utilizados para a divulgação e treinamento de pessoas para Sistemas de Gestão fossem mais simples os ganhos seriam imensamente maiores. Distante da coleção de “novos termos” – que na verdade definem “velhos conhecidos” – tudo ficaria mais fácil.

Aqui neste ponto estaremos a implementação do que definimos na fase anterior e assim abre-se um leque imenso de possibilidades e trabalho. No entanto é preciso que se diga que é aqui também que muitos Sistemas tem se perdido e que o trabalho as vezes até bem planejado escoa pelo ralo – levando junto com ele respeitáveis quantias em investimentos. As causas para que isso ocorra na verdade são muitas – mas entre elas a pressa e a necessidade de ter uma “certificação” são as mais comuns. Obviamente todos sabemos que mudança de cultura não se dá noite para o dia – o que se pode conseguir em curto espaço de tempo é mudança “de roupagem”.

Na verdade este é um tópico bastante interessante e que deveria chamar a atenção das instituições e pessoas que atuam na verificação de sistemas – ou seja – qual o tempo entre o inicio da implantação e a tentativa de certificação ? Seria possivel – conhecendo-se a realidade das empresas, a forma de absorção pelos recursos humanos, a disponibilidade de recursos – que o sistema tenha o tipo de maturidade alegado ?

Com certeza tais observações contribuiriam em muito para diminuir o “transformismo” que alguns apresentam como implantação de Sistemas de Gestão e haveria maior interesse em não apenas gerar papeis, banners e placas mas com certeza desenvolver um trabalho mais sério e consistente com valores empresariais e sociais inestimáveis.

Cosmo Palasio de Moraes Jr.